Quatro pessoas foram presas temporariamente em uma operação da Polícia Federal (PF), deflagrada na manhã desta quinta-feira (3), que investiga desvios de até R$ 4 milhões na Prefeitura de Pinhalão, no Norte Pioneiro do Paraná.
Segundo a PF, o valor foi desviado de um repasse de R$ 13 milhões pagos pela União ao município para a realização de seis obras na cidade, entre 2010 e 2015.
Também foram cumpridas 23 ordens de busca e apreensão, expedidas pela 9ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, em cidades do Paraná, São Paulo e Minas Gerais.
O Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) colaboraram nas investigações.
O G1 tenta contato com a Prefeitura de Pinhalão.
Os mandados de prisão foram cumpridos nas seguintes cidades:
- Pinhalão - 2 prisões
- Pinhais - 1 prisão
- Garça (SP) - 1 prisão
Os presos no Paraná serão levados à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde prestarão depoimento. O detido em São Paulo será levado à sede da PF em Marília.
As ordens de busca e apreensão foram cumpridas nos municípios:
- Pinhalão - 12 ordens de busca
- Joaquim Távora - 3 ordens de busca
- Tomazina - 2 ordens de busca
- Pinhais e Umuarama - 1 mandado em cada cidade
- Garça - 3 mandados de busca e apreensão
- Varginha - 1ordem de busca e apreensão
Segundo a PF, a Operação Café Expresso investiga os crimes de fraudes à licitação, peculato, corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
De acordo com o delegado Luciano Torres, as investigações apontaram que há indícios de que licitações realizadas para realização de obras no município foram direcionadas para as empresas envolvidas no esquema.
A PF também investigou e encontrou indícios de que os contratos firmados entre a prefeitura e essas empresas foram mal executados, não foram fiscalizados corretamente e as sobras dos recursos dos projetos voltaram para membros da organização.
"Apuramos que as licitações eram direcionadas para empresas do grupo, indícios de superfaturamento e de desvios de recursos da União com o repasse das sobras dos recursos para as próprias empresas", explicou o delegado.
A União repassou R$ 13 milhões ao município para a construção de seis obras , ainda segundo a PF.
Parte dos recursos foram aplicados na construção de casas populares, recuperação de estradas rurais, construção de uma creche, de uma praça, de uma ponte estaiada e também de um frigorífico de peixes.
"O Tribunal de Contas da União [TCU] identificou irregularidades na construção do frigorífico e determinou a suspensão da construção e do repasse dos recursos. Para esta obra a União havia aprovado a destinação de R$ 7 milhões, e a prefeitura tinha a intenção de alavancar o número de empregos na região. Porém, o TCU encontrou as irregularidades e mandou suspender as obras", disse Luciano Torres.
São investigados servidores públicos, secretários municipais da época e empresários.
Nos mandados de busca e apreensão foram apreendidos documentos e equipamentos eletrônicos.
G1