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A falsificação de assinaturas em laudos periciais emitidos pelo Instituto Médico Legal (IML) de Jacarezinho pode ter beneficiado um esquema mafioso envolvendo advogados que atuam em casos de acidente de trânsito e uma funcionária do órgão. As informações obtidas com exclusividade pela reportagem do Tanosite asseguram que a hipótese já está sendo investigada pela Polícia Civil.
Segundo foi apurado, os documentos eram concluídos por peritos e permaneciam à espera da assinatura de um médico legista da unidade, o que atrapalhava a liberação de laudos de exames envolvendo acidentes de trânsito, fundamental para o grupo de advogados ingressarem com os pedidos de liberação do seguro por Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (Depvat). Para dar agilidade na liberação dos documentos, um funcionário do IML passou a assinar outros laudos que dependiam do parecer de um legista, e que atrapalhavam o esquema existente dentro do órgão. 
De acordo com delegado chefe da 12ª Subdivisão Policial, em Jacarezinho, Marcos Fernando da Silva Fontes, as investigações já confirmaram que ao menos cinco laudos tiveram as assinaturas falsificadas no IML. No entanto, o policial acredita que a quantidade de documentos adulterados pode ser bem maior. Fontes, porém, disse que os motivos que levaram o responsável a falsificar os documentos ainda continuam sendo investigados, pois segundo consta no inquérito, os atestados eram verídicos, apenas as assinaturas não foram reconhecidas pelos legistas. “Já está configurado o crime de falsidade ideológica em cinco documentos e outros laudos ainda estão sendo analisados, porém, a razão deste crime ainda é desconhecida. Quem o praticou apenas falsificou as assinaturas. O que questionamos ainda é o porquê de alguém simplesmente ‘despachar’ estes documentos sem aparentemente obter alguma compensação por isso”, disse o delegado.
As investigações tiveram início em março e ainda não tem prazo para serem concluídas, pois segundo o delegado Marcos Fontes, ainda serão realizados exames grafotécnicos para identificar o suspeito. “É um trabalho longo, pois as investigações envolvem uma série de fatores para a conclusão do inquérito. Todos os funcionários do IML estão colaborando com os trabalhos da Polícia Civil para elucidar o caso, mas somente com o resultado do exame grafotécnico através do Instituto de Criminalística será possível chegar à identidade de quem falsificou os documentos. Não podemos descartar nenhuma possibilidade, inclusive de o responsável ter agido de boa fé para garantir agilidade no atendimento à população, já que o IML passa por um período em que sequer tem um médico legista para atender o plantão”, concluiu.

O delegado chefe da 12ª SDP informou que a mudança no quadro administrativo do IML após o início das investigações também está sendo investigado.
A pena prevista para o crime de falsidade ideológica é 1 a 5 anos de reclusão. 

Texto:Luiz Guilherme Bannwart

Foto:Antônio Picolli

 
Postada no dia 2015-05-30 06:36:27









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